O LADO MAIS OBSCURO DA IGREJA UNIVERSAL DO REINO DE DEUS
Quantas denúncias têm estado a ouvir de indivíduos que já perderam quase tudo em troca de prosperidade ou de um resultado milagroso que transforme em abundância a sua vida financeira
MUKWÁ KILUNJE
Na Igreja Universal do Reino de Deus, de Edir Macedo, originária do Brasil, segundo apurou o Jornal Hora H, tudo está ligado ao lucro. Esta suposta religião altera propositadamente os discursos sobre o Evangelho, enganando povos para, sobretudo, os pastores brasileiros, obterem fortunas colocando pessoas na desgraça sem no mínimo sentirem, pelo visto, qualquer remorso.
Os líderes da IURD mostram-se completamente insensíveis quanto à desgraça dos fiéis nativos desta denominação religiosa.
Depoimentos apontam que há uma equipa que se dedica em pesquisar a vida de cada fiel relativamente aos seus afazeres profissionais e quanto aos bens que possui.
“Se na conclusão da pesquisa encontrarem uma família com recursos financeiros estáveis, logo um arsenal de pastores experientes em máfia, usam toda artimanha para induzir a família a depositar todos os seus bens em prol da igreja”.
Ou seja, existem famílias que se deparam com doenças estranhas que acabam muitas vezes em morte e estes foram aliciados a aderir à Igreja Universal do Reino do Deus como a solução do problema.
Em meio ao desespero, a aceitação e entrega foi evidente, diante da vulnerabilidade dos membros da família, pois os pastores anunciaram que o mal que aflige a família reside nos bens que possuem.
Assim, um dos líderes solicita a entrega de todas viaturas, bem como as residências e os terrenos, por formas a fazerem uma lavagem espiritual para os livrar do mal.
Caso não entregassem, de acordo com o pastor, o mal continuaria a residir no seio da família e nunca teria fim.
Feito a entrega de todos os meios, recebem a informação que para se livrarem de uma vez por todas, o certo mesmo é começar do nada.
Este órgão de informação apurou que esta família acabou em desgraça ao ponto de não terem uma residência e passavam a noite ao relento.
Os pastores angolanos são, nada mais nada menos, que meros escravos. São eles que têm a missão de persuadir os fiéis a despejarem o máximo de dinheiro que têm no cofre da igreja.
Estes pastores vivem quase que aprisionados num condomínio onde são permanentemente supervisionados e vivem mais de dois casais numa só casa.
Para a liderança, o melhor pastor é àquele que consegue apresentar mais resultados quando é colocado a dirigir um determinado templo.
Os pastores são milimetricamente vigiados pelo que ninguém está autorizado a ter casa própria, nem possuir um determinado negócio, nem ter uma fonte rendimento extra, para além daquilo que a igreja paga.
São tidos como verdadeiros reféns e máquinas para produzir dinheiro, torturando psicologicamente, sobretudo, os menos esclarecidos, a entregarem mais do que aquilo que ganham na igreja.
Se algum fiel fizer algum negócio, os pastores vão aperceber-se através de sua equipa de pesquisa e este terá a obrigação de colocar parte do valor do negócio ao dispor da igreja.
A “fogueira santa”, por exemplo, é um evento que se realiza com o único propósito de retirar milhões de kwanzas ao cidadão que é “advertido” vezes sem conta de que o demónio o vai visitar caso não aderir à tal fogueira santa.
Há situações em que o pastor é ensinado a chorar diante dos fiéis por formas a sensibilizar a plateia a deixarem os poucos kwazas que possuem no balaio.
Todos sabem basicamente sobre os prejuízos que essa religião tem causado à população nativa, mas parece que há uma mão invisível que protege tal estrutura para continuar no território angolano.
De todas acusações que já pesaram contra a IURD, o tribunal não consegue provar sequer um.
A Igreja Universal do Reino de Deus estabeleceu-se em Angola em 1992; no entanto, ainda estão lembrados que em Dezembro de 2012 ocorreu um episódio incomum: em uma vigília para o final de ano, na cidadela desportiva em Luanda, seis pessoas morreram e outras 120 ficaram feridas.
Tal cenário desencadeou um conjunto de factos e discursos acusatórios a respeito dessa instituição religiosa, questionando as influências da IURD em Angola, uma vez que a igreja não foi responsabilizada judicialmente pelas mortes.
Uma coisa é certa, essa denominação religiosa é um verdadeiro atropelo à cultura angolana e tem-se transformado num embróglio que, às vezes, pode confundir ou atrapalhar as relações bilaterais entre o Brasil e Angola.