CORRUPÇÃO E TRIBALISMO NO GOVERNO DO BIÉ
Está a proliferar em círculos políticos da província do Bié, denuncias sobre um alegado clima de mal estar consubstanciado em acusações mutuas de duas alas do regime que imperam nesta região centro do país. A ala de nativos faz acusações de praticas de corrupção, enquanto que a outra denuncia tribalismo por parte dos acusadores.
A província do Bié é governada desde setembro de 2018, pelo antigo deputado do MPLA pelo circulo nacional do Bengo Alfredo Pereira, que é natural do município do Bula-Atumba, Província do Bengo.
Nos últimos meses, o governante ganhou um opositor interno Abel Paulo Guerra, que ocupa o cargo de Administrador Municipal do Cuito, sendo o animador do discurso de tribalismo contra o seu superior hierárquico.
Numa reunião realizada no mês passado, o administrador municipal Abel Paulo Guerra que é igualmente membro do Comitê Central do MPLA, defendeu que a província deve ser governada pelos (Bienos) naturais justificando que as empresas a serem pagas para prestação de serviços só podem ser a dos nativos.
A ala do administrador Abel Paulo Guerra diz que o governo local está apenas a privilegiar empresas levadas de Luanda e do Bengo, terra natal do chefe do executivo local, dando como o exemplo da ANIL, LDA, da GIL CHINDAY LDA, e da MSTR – Comércio, Engenharia e Construção, Limitada.
Segundo apurou o Club-K, a empresa ANIL, LDA, com sede social na província do Bengo, Município do Dande, é deitada por José Maria de Cruz do Vale, natural do Huambo. Por seu turno, a MSTR – Comercio Geral e Transportes, com sede em Luanda, foi fundada pelo angolano Miguel Veloso da Costa de Carvalho e pelos cidadãos portugueses Duarte Seixas Pinto e Rafaela Duarte Lopes Pinto, todos eles residentes em Luanda.
A MSTR – Comércio, Engenharia e Construção, Limitada, já prestou no passado serviços ao governo provincial do Bié construindo 2 escolas com 15 salas de aulas cada, no Bairro Setecol e Bairro Popular, junto à EN 250, na Cidade do Kuito, Província do Bié, cada uma com o valor total em Kwanzas de 90.000.000,00, e a abertura de crédito adicional, por contrapartida interna, no montante de Kwanzas 180.000.000,00.
Com a chegada de Alfredo Pereira como governador a MSTR mudou a sua sede para a cidade do Kuito, bairro Kuquema, Km 14, havendo suspeitas de que ficou comprometida com a ala do responsável máximo da província.
No ponto de vista de uma fonte que acompanha o clima de mal estar na província do Bié, “O Abel Guerra poderia ser tudo menos Administrador do Kuito, não percebe nada da Administração e como percebeu que o governador esta associado a actos de corrupção, hoje com razão quer se fazer no cadeirão”, descreveu lembrando que a província precisa de escolas e hospitais, já que o “Walter Strangwey ainda não revolve os problemas que apertam o coração daquelas populações”.
A fonte que pediu anonimato alerta que o Vice-Governador da Província do Bié, para os Serviços Técnicos e Infra-estruturas, Edgar Marcelino dos Santos Hilário, que esta encarregado de controlar os programas do Plano Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM), tem se revelado inapto para controlar as empreitadas. “tudo é a mesma coisa, o Vice Edgar Hilário, não tem punho nenhum porque é outro corrupto .
A fonte apela os Deputados da oposição para “que visitem as obras na província do Bié, que falem com os empreiteiros, para perceberem como andam as coisas por terras dó Sekulu Viye”, que por sua vez conclui ser “um martírio relacionar-se com este Governo Provincial, incessível aos problemas do Povo”.