QUANDO ESTAMOS PERANTE UM PROCESSO DE COBARDIA COLECTIVO – JORGE EURICO
O País violento e negro que está a ser construído deveria convocar a indignação de todos os angolanos dignos do chão que pisam e do ar que respiram.
Poucas são as pessoas colectivas ou singulares que se indignam com o curso desastroso e autocrático político que o País está a seguir.
Angola tem mais de trinta milhões de habitantes. Deste universo, apenas um número que não ultrapassam os das nossas mãos e pés é que, às vezes, em raros assomos de coragem, se propõem dizer determinadas verdades que incomodam.
São poucos os intelectuais que tomam uma posição, que dizem verdades com frases abertas com o propósito de trazer à liça os reais e mais candentes problemas do País.
Só a Imprensa alternativa vai tentando dizer algumas verdades com todas as vogais e consoantes.
A maior parte dos mais de trinta milhões de angolanos, ante à precária, periclitante e penosa situação política do País se manifesta com um ensurdecedor mutismo de causar dó.
A inacção e insensibilidade de todos nós ante à lastimável domesticação dos órgãos do Estado, como os tribunais, mostra que o processo de imbecilização a que fomos submetidos durante anos, está a dar frutos. Está a mostrar os seus resultados. São os indicadores de sucesso de um conjunto bem planeadas e materializadas durante décadas e décadas.
O silêncio e a inacção dos angolanos, ante o facto de um pequeno morgando de indivíduos estar a tratá-los como se de crianças grandes se tratassem, confirma que estamos perante um processo consolidado de cobardia colectiva.