NO KILAMBA KIAXE: MORADORES PREOCUPADOS COM O MAU ESTADO DA VALA E PONTE QUE DEVIDE O GOLFE 1 E 2
Os moradores do Distrito Urbano do Golf 1 e 2, estão preocupados com o alastramento da vala denominada Chibai, existente há mais de 30 anos, naquela zona do município do Kilamba Kiaxe, onde alguns residentes, abandonaram as suas casas, por conta das constantes inundações e outros viram as suas residências desabarem pelo tamanho que ganhou a vala
ANNA COSTA
O grito de socorro, veio da parte dos populares, que dizem não apanharem sono em tempo chuvoso, com medo que as águas, provenientes da vala, as encontre de surpresa.
Segundo os moradores, a administração municipal, no projecto de limpeza das valas, colocou, à margem da vala, amontoados de terra, alegadamente para impedir que as águas invadam as residências próximas, barreiras que já foram rompidas, tão logo começou as quedas fluviométricas.
Outra preocupação dos populares, é a ponte que divide os golfes 1 e 2, reabilitada em Janeiro do ano passado, pela administração municipal do Kilamba Kiaxe, com a promessa de se construir, ainda em Março de 2022, uma ponte com passagem para automóveis, promessa não cumprida até ao momento.
“O Administrador prometeu que 3 meses depois, havia de colocar uma ponte maior que dá para passarmos para o outro lado, conforme faziam os antes, até agora não cumpriu e nós temos tido muito dificuldade, sobretudo em caso de emergências, temos que dar a volta até a estrada Pedro de Castro Van-dunem Loy para ter acesso a rua 17 de Setembro (Avo kumbi)”, disse um dos moradores
Em época chuvosa, é visível o sofrimento dos habitantes daquele sector do Distrito Urbano do Golfe, liderado pelo administrador Pascoal Fortunato, em exercício desde janeiro do ano transacto.
“Aqui quando chove, temos que subir até os lados da escola Loló, para arranjarmos sítio para dormir, passamos mesmo muito mal”, lamentou uma jovem que preferiu não gravar entrevista
Já no golfe 2, ainda nas imediações da vala, existe uma lagoa, denominada “ Buraco da Charrua”, com a dimensão, quase, de um campo de futebol, que segundo os moradores, com ou sem chuva, a água é permanente e há muito que se tornou o local de lazer para as crianças do bairro.
De acordo com os mesmos, para a retirada da água do famoso buraco da charrua, a administração municipal enviou uma equipa de trabalhadores “chineses”, que fizeram uma escavação, de modo a escoarem a água do buraco para a vala, porém desde que começaram as chuvas, tem acontecido o inverso.
Sobre a escavação, há uma ponte feita de ferros e tábuas, visivelmente insegura, que serve de passagem para os moradores que tencionam passar para o outro lado, tal como a vala, a escavação feita pelos chineses, que era mais estreita, está a alastrar dia pós dia deixando os residentes mais preocupados ainda.
“Os chineses é que fizeram isso, como viram que somos os filhos dos pobres, nos meteram essa ponte que está quase a cair, com esse buraco tão grande e nós temos aqui crianças, tem sido mesmo difícil disse Antónia Mateus ao Jornal Hora H
“Nós acarretamos água do outro lado, porque aqui não tem água, e todos os dias, passamos em cima desses paus, com peso na cabeça, isso é muito perigo para nós, então peço aquém de direito, que vem resolver o nosso problema, porque aqui está mal mesmo” solicitou a entrevistada
O Jornal Hora H, contactou o administrador do Distrito Urbano do Golfe, Pascoal Furtunato, que disse ter conhecimento da situação e avançou que, “ acções estão a ser levadas a cabo para que tão logo terminem as chuvas, comecem os trabalhos da construção das valas com betão, provavelmente a partir de 15 de Maio”, prometeu o Administrador.