UNITA DIZ QUE DISCURSO DA PGR É CONVERSA PARA BOI DORMIR

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A Procuradoria-Geral da República (PGR) anunciou hoje que foram recuperados e apreendidos mais de 25 mil milhões de dólares com o combate à corrupção lançado em 2017 pelo Presidente João Lourenço, mas o maior partido da oposição entende que todo o processo de luta contra este flagelo “é apenas conversa”.

Segundo a procuradora-geral adjunta, Inocência Pinto, citada pela Lusa, durante a abertura de um workshop sobre confisco e administração de activos organizado pela Procuradoria Geral da Republica e Organização das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (ONUDC), dos 26 mil milhões USD em questão, seis mil milhões foram recuperados e 21 mil milhões foram apreendidos.

Estes números vêem a público no dia, terça-feira, 18, em que arrancou o processo de auscultação pública para fortalecer o Projecto de Estratégia Nacional de Prevenção e Repressão da Corrupção (ENAPREC) com o objectivo de fortalecer este combate “no quadro do princípio da democracia participativa”.

Liderado pela Procuradoria-Geral da República (PGR), em articulação com a Inspecção Geral da Administração do Estado e o Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos, o ENAPREC vai ser apresentado a meio da manhã, no Centro de Imprensa da Presidência da República (CIPRA).

Os coordenadores deste projecto sublinham que este processo de auscultação “é extensivo a todas as pessoas singulares e colectivas interessadas em partilhar o seu saber para o enriquecimento e conclusão do documento” que visa erradicar a corrupção em Angola, como, de resto, foi a trave mestra do programa do Presidente da República João Lourenço no seu primeiro mandato, entre 2017 a 2022.

“CONVERSA PARA BOI DORMIR”

Questionada pelo Novo Jornal sobre este relançamento do processo de combate à corrupção, a UNITA considera que é apenas “uma conversa para boi dormir”

A UNITA considera que enquanto os juízes e governantes continuarem envolvidos em actos de corrupção, o Projecto de Estratégia Nacional de Prevenção e Repressão da Corrupção com o objectivo de fortalecer este combate, agora em auscultação, não terá “pernas para andar”.

“Juízes vendem sentenças, membros do Executivo desperdiçam o erário público para fins pessoais. Um corrupto não pode combater outro corrupto”, disse ao Novo Jornal o deputado da UNITA, Joaquim Nafoia, quando reagia ao lançamento esta terça-feira, 18, do processo de auscultação pública para fortalecer o ENAPREC.

O deputado, que defende reformas “urgentemente” no sector de justiça, lamentou o impacto na vida dos angolanos dos escândalos de corrupção, sobretudo em torno dos tribunais superiores.

“A imagem de Angola, já desgastada interna e internacionalmente, está cada vez mais manchada. No segundo mandato do actual Presidente, o combate à corrupção é um fracasso”, acrescentou o deputado que diz existir uma elite a arruinar o País em detrimento de milhões de angolanos.

De acordo com o deputado, a corrupção em Angola é um fenómeno invasivo que impede e perturba o crescimento económico e programas de liberalização patrocinados pelo Governo no País.

Durante a governação do falecido Presidente José Eduardo dos Santos, “mantiveram-se elevados níveis de corrupção”, e depois pouco ou nada mudou, o que leva o deputado da UNITA a não acreditar no sucesso deste projecto.

Para o eleito do partido do “Galo Negro”, todos os programas sobre o combate à corrupção são parte de uma “longa conversa para o boi dormir”.

“O combate à corrupção é selectiva. Não vala a pena enganarem as pessoas”, frisou, defendendo que o Presidente da República deveria seriamente combater à corrupção.

“Ninguém mexe nos que desgraçaram o País deixando os angolanos na miséria. Portanto, este processo de auscultação pública para fortalecer o Projecto de Estratégia Nacional de Prevenção e Repressão da Corrupção, é para esquecer”, concluiu.

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