O PORCO VAI JULGAR O JAVALI – ILIDIO MANUEL

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À medida que o tempo passa, tem sido notória a tendência de manter o presidente do TS no cargo, numa aparente fuga para frente, de forma a esconder a grave CRISE que afecta o sector da justiça.

Embora goze do princípio de presunção de inocência, nada impede que Joel Leonardo coloque o seu lugar à disposição, para que a justiça faça o seu trabalho, sem a sombra do polémico presidente do TS.

Se houvesse vontade da parte do PR, este teria feito o mesmo que fez com Exalgina Gamboa “forcando-a” a renunciar ao cargo ou, no mínimo, colocar-se à disposição da justiça. Se JLo já abriu um precedente nesse capítulo, os seus argumentos de uma suposta interferência na justiça são praticamente indefensáveis ou pouco consistentes.

Se houvesse vontade da parte do PGR, teria sido Hélder Pitta-Goz a assinar o mandado de busca às instalações do TS e ao CSMJ, de forma a não dar margens ao conflito de competências que tem sido usado em defesa de Joel Leonardo.

Acontece que muitos dos ” crimes” de que foram ou são imputados a Joel Leonardo, sobretudo no que se refere ao ” assalto” ao património imobiliário à guarda do Estado, ou seja, das ” brutas” vivendas arrestadas no âmbito do combate à corrupção, as acusações são igualmente extensivas aos magistrados afectos ao MP, que as terão também abocanhado, à margem da lei.

Se houvesse vontade do mais alto magistrado da Nação em trazer à verdade material à superfície, JLo não teria ficado indiferente às graves denúncias feitas pelo bastonário da OAA quando da abertura no ano passado, no Huambo, revelou que parte do património imobiliário e outros bens tinham sido tomados por magistrados afectos aos dois poderes, sem que os processos tivessem transitado em julgado.

Por esta e outras razões, mormente às que dizem respeito ao cooperativismo institucional é que existe o receio de que o processo Joel Leonardo, sob a esfera da PGR, não venha a produzir algum efeito. O órgão dirigido por Hélder Pitta-Goz estaria muito engajado a investigar a fundo a questão das vivendas dos “marimbondos”, sem que isso produzisse réplicas nos aposentos ” íntimos” da própria PGR?

Em linguagem do povo dir-se-ia que o porco seria julgado pelo javali…

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