NO KWANZA NORTE: POPULAÇÃO TEME POR PERIGO DA EXPLORAÇÃO DESENFREADA DE INERTES PELOS CHINESES   

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A extracção de várias toneladas de inertes de forma desenfreada, na localidade do Kawabe, arredores da cidade de Ndalatando que, alegadamente, está a ser feita de forma ilegal pela empresa chinesa Quingdao Sinoworld Trading, está a preocupar a população que teme por eventuais perigos ecológicos

SEBASTIÃO KUZUCA

Preocupados com a instalação, há mais de um mês, na localidade da empresa chinesa instalou na localidade homens e máquinas para a exploração de matéria-prima, preocupados os moradores questionam os benefícios da exploração das várias toneladas de inertes naquela localidade rica em solos compacto que ao longo dos anos são garimpados.

Ao Jornal Hora H, Mateus Garcia encarregado da referida empresa chinesa, que está no local do garimpo a orientar os trabalhos, informou que estão no local com a autorização da administração municipal e que o referido inerte está a ser levado ao município do Dande, vizinha província do Bengo, onde está instalada toda maquinaria que transforma a matéria-prima em mosaico.

A situação está a levantar questões entre os munícipes desta circunscrição do centro norte de Angola. Carvalho Kwinalissa, activista social e morador da localidade, acredita que o problema reside na falta de comunicação prévia das autoridades locais.

“Essa exploração de inertes aí no Kawabe, na verdade está deixar os munícipes agastados. Não há nenhum tabuleiro que justifica qual é a empresa que está a fazer a exploração. Como munícipe, eu quero saber o que está a ser feito naquele local”, exige.

Para Kwinalissa, a possível abertura de fendas nos solos e subsolos de Kawabe é uma grande preocupação. O activista teme o perigo iminente do surgimento de prováveis ravinas no local explorado. “Há uma situação que a administração local não está a perceber, é o perigo que aquilo vai criar”, sublinha. “Enquanto os outros estão a lutar para fechar as ravinas, nós aqui estamos a ver abertas as nossas próprias ravinas. Será que essa empresa que está aí a explorar os inertes está legalizada?”, questiona.

Sebastião Barão, outro activista ambiental certificado pela União Europeia, fala dos eventuais perigos ambientais que podem advir deste garimpo desenfreado, caso não sejam substituídas as grandes quantidades de inertes que estão a ser extraídas para a indústria transformadora.

O administrador municipal do Cazengo, Malundo Katessamo, reconhece os perigos, mas afirma que a empresa foi legalizada e “tem pago na Conta Única do Tesouro (CUT) através da “Referência Única de Pagamento ao Estado” RUPE”.

“Qualquer empresa que quiser fazer exploração de solos aqui no município vai pagar”, garante. “Até agora, já arrecadámos cerca de três milhões duzentos e cinquenta mil kwanzas”.

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