PRESIDENTE JOÃO LOURENÇO ORIENTA DIPLOMATAS ANGOLANOS A ANDAREM MAIS NOS POSTOS PARA “MUDAR MÁS PRÁTICAS”
O Presidente angolano disse hoje que a rotação de embaixadores será, a partir de agora, feita ao fim de três ou quatro anos, um processo “que já se impunha” e que visa “alterar a má prática” de ter diplomatas “por tempo indefinido” num mesmo país.
“Damos posse hoje nesta cerimónia a um conjunto de embaixadores extraordinários e plenipotenciários que serão acreditados em vários países, num processo de rotação que já se impunha, uma vez que pretendemos alterar a má prática de deixar os embaixadores nos seus postos por tempo indefinido”, afirmou hoje João Lourenço, durante a cerimónia de posse de 16 novos embaixadores, no Palácio Presidencial, na Cidade Alta, em Luanda.
O chefe de Estado angolano garantiu que a prática de se ter um embaixador num mesmo país durante duas décadas vai ser corrigida.
“Já tivemos embaixadores angolanos que permaneceram no mesmo posto, ou seja, no mesmo país, duas décadas, 20 anos. Pretendemos corrigir isso, a rotação passa a ser doravante aquilo que é normal na prática de vários países, rodar os chefes de missão entre três a quatro anos”, assegurou.
João Lourenço nomeou, na terça-feira, 16 novos embaixadores, hoje empossados, entre os quais os do Brasil, São Tomé e Príncipe e Portugal, cujo posto diplomático vai ser agora liderado por Maria de Jesus Ferreira.
A rotação diplomática, justificada num decreto presidencial “por conveniência de serviço”, abrange a substituição dos titulares em 16 embaixadas, oito dos quais são colocados noutros postos.
Assim, além de Maria de Jesus Ferreira, que estava colocada nas Nações Unidas, em Nova Iorque e que nesta rotação é colocada em Lisboa, o anterior titular na capital portuguesa, Carlos Fonseca, vai assumir a embaixada de Angola no Vaticano.
O Presidente angolano referiu, na sua intervenção, que a diplomacia angolana conhece nos últimos tempos “uma grande dinâmica por todos reconhecida” e aos empossados pediu trabalho “para a promoção da boa imagem de Angola, atrair o investimento privado estrangeiro e o turismo internacional”.
“Reduziria o vosso trabalho nessas três vertentes, a missão está dada, espero que consigam desempenhar a vossa função com sucesso”, rematou João Lourenço.
Outros titulares que mudam de país são Cecília da Conceição Rosário, que deixa a Suíça e vai para a Suécia, sendo a sua vaga em Berna ocupada por Maria Filomena Lobão Telo Delgado, que deixa a África do Sul.
Eustáquio Januário Quibato deixa a Nigéria e vai para a Guiné-Conacri, Fidelino de Jesus Florentino Pelinganga sai da Argentina e transita para São Tomé e Príncipe.
Os restantes embaixadores que trocam de posto são Francisco José da Cruz, que deixa a Etiópia e a representação junto da União Africana e da Comunidade Económica para África porque foi colocado nas Nações Unidas, em Nova Iorque, e José Luís de Matos, que troca Espanha pela Guiné Equatorial.
Quanto aos novos embaixadores nomeados, Manuel Eduardo dos Santos da Silva Bravo foi colocado no Brasil, Alfredo Dombe em Espanha, Azevedo Xavier Francisco na Argentina e Clemente Pedro Francisco Camenha na Índia.
Isabel de Jesus da Costa Godinho foi nomeada para a Áustria e Representante Permanente junto da ONU e outras organizações internacionais em Viena, José Bamókina Zau vai para a Nigéria, e Júlio Belarmino Gomes Maiato vai ser o novo embaixador nos Emirados Árabes Unidos.
Finalmente, Miguel César Domingos Bembe vai para Adis Abeba, onde representará Angola junto das autoridades etíopes, União Africana e Comunidade Económica Africana.
Os diplomatas que não foram reconduzidos para outros postos são Albino Malungo, que estava colocado nos Emirados Árabes Unidos, António Manuel Luvualu de Carvalho (Guiné Equatorial), Apolinário Jorge Correia (Suécia), Florêncio Mariano da Conceição e Almeida (Brasil), Joaquim Duarte Pombo (São Tomé e Príncipe), Maria Cuandina Tchilepa de Carvalho (Guiné-Conacri), Paulino Domingos Baptista (Vaticano) e Teodolinda Rosa Rodrigues Coelho (Áustria e Representante Permanente junto da Organização das Nações Unidas e outras organizações internacionais em Viena).
Estão ainda nesta situação Júlio Belarmino Gomes Maiato (Emirados Árabes Unidos) e Manuel Eduardo dos Santos da Silva Bravo (Brasil).