NO KWANZA NORTE: SECTOR DA SAÚDE EM ESTADO DE COLAPSO

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Os hospitais e centros de saúde em toda extensão da província do Kwanza Norte está a viver uma crise sem precedente nos últimos tempos, devido a insuficiência na resposta da demanda dos utentes que procuram os serviços públicos de saúde naquela região do país, em causa estão a escassez de quase tudo, disseram os utentes ao Jornal Hora H

SEBASTIÃO KUZUKA

Segundo a fonte, as principais necessidades das unidades hospitalares da províncias passa desde a falta de medicamentos, oxigénio, ambulâncias e meios rolantes para apoio técnico,alimentação para pacientesbem como falta de dinheiro para suportar as despesas administrativas do hospital.

Diz a fonte que é visível o caos nas referidas unidades hospitalares, pela não correspondênciadas necessidades da população e apresentou como exemplo, o hospital Sanatório do Kwanza Norte, que dista há 11 quilómetros da cidade de Ndalatando.

Marinho Afonso, acompanhante de um familiar que está internado á dezasseis dias, no referido hospital, mostrou-se angustiado com a situação que está a suportar o seu doente, nesse momento a que considerou “ perigoso” que o hospital sanatório do Kwanza Norte está atravessar.

“Tudo é ir comprar lá na cidade, o hospital não dispõe de meios, principalmente o que se necessita para atender o doente, estamos aqui a suportar”, lamenta .

O psicólogo do mesmo hospital, Joaquim Raúl, disse que as principais dificuldades são constatadas nos fármacos que não chegam para todos doentes e muitos dos pacientes infelizmente compram medicamentos nas farmácias fora do hospital.

Por sua vez, Gil Kudiongina, director em exercício do hospital sanatório do Kwanza Norte admitiu ao Jornal Hora H a falta de quase tudo naquela unidade hospitalar sob sua gestão.

“A dificuldade que temos nos deparado com os nossos pacientes é a falta de fármacos e a falta de alimentação, tem aí pacientes que desde manhã não comeram nada”, disse.

O outro cenário deplorável está no hospital provincial do Kwanza Norte, onde os utentes que têm procurado os serviços de consultas externas denunciam o corpo clínico de alegado maus-tratos e supostos atos de amiguismos e favorecimentos.

Domingos Kissanga, visivelmente agastado com a situação, desabafou aos microfones do Jornal Hora H, dizendo que o hospital diz que só poderia consultar trinta pacientes por dia .

“ Será que nós só vamos apenas adoecer trinta pessoas no dia, ou eles só vão conseguir enviar 30 pessoas nas morgues…porque não se justifica, isto é lastimável, numa província como a nossa”.

Catarina Manico, supervisora de enfermagem do hospital provincial do Kwanza Norte, nega as acusações dos utentes e justifica que para os casos externos, não relevantes, cada médico, embora, lá em casa está soar de que só atende apenas 30 pessoas por dia, o que não é verdade, tirando os serviços de oftalmologia que está atender 15 pacientes por dia, as outras consultas, sobretudo de medicina e estomatologia que são diárias, estes estão a atender até a hora doze e trinta que pararem de aparecer os pacientes”.

No Hospital materno infantil da mesma província angolana, também chegam relatos sobre pressão por conta da demanda dos pacientes e que o hospital está sem capacidade técnica para o efeito.

Os acompanhantes das crianças pacientes deploram o atual estado de falta de sangue e medicamentos no hospital materno infantil local.

Manuel Afonso utente que acompanha a filha que está internada há dois dias, denuncia a venda de sangue que os mesmos doam.

“ Algumas vezes, o sangue que a gente doa é vendido sem o conhecimento do dono, ficamos totalmente tristes, esperemos que mudem de comportamento”.

Inês da Conceição, uma outra utente, que também acompanha uma menor que está internada no referido hospital, lamenta a problemática da falta de medicamentos e sangue no estoque do hospital em causa.

“ O problema é da medicação que não temos, temos que comprar fora, dentro não tem medicação, disseram que não têm apoio e sangue no hospital também não tem, espero que aparece alguém que nos ajude”,

Gilberto Kanda, diretor clínico, do hospital materno infantil do Kwanza Norte, admite a rotura de sangue no estoque da hemoterapia do hospital materno infantil.

“Estamos mesmo com uma rotura de estoque, estamos com menos de cinco bolsas de sangue, conseguimos contrapor as situações de transfusões sanguíneas através de doações de familiares de pacientes”.

Em Ambaca, o Jornal Hora H, sabe de fonte oficial que o hospital regional de Kahinza, na vila de Camabatela, está desde Novembro do ano transacto, sem as ordens de saque para comprar os medicamentos e materiais gastáveis do hospital em referência.

No município do Bolongongo, o centro de saúde local, está também a registar falta de materiais gastáveis, falta de uma sala específica para o RAIO X e falta de ambulância, segundo avançou a este Jornal, Faria António, director administrativo daquele centro de saúde.

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