EXALGINA GAMBOA IRRITA JOÃO LOURENÇO E ABANDONA A SALA DE AUDIÊNCIAS
O jornal português Negócios revela, na edição desta terça-feira, 7, que a demissionária juíza-conselheira presidente do Tribunal de Contas (TdC), Exalgina Gambôa chegou a questionar o Presidente João Lourenço as razões que a levariam a renunciar ao cargo, quando ela não era a única “naquela situação” de suspeição.
À pergunta “por que tenho de ser a única a renunciar?” que acabaria por irritar soberanamente o Presidente da República João Lourenço teria respondido com um ‘silêncio tumular’, seguido do abandono da sala de audiências da Cidade Alta, onde Exalgina Gambôa ficaria sozinha a corroer-se de dúvidas.
A seguir ao episódio, a juíza demissionária do Tribunal de Contas teria recorrido aos préstimos da primeira-dama da República, Ana Dias Lourenço, que lhe informado, por interposta pessoa, que “não poderia fazer nada” a respeito do assunto. Um balde de água. Porém, o recurso à primeira-dama teria sido motivado pelo facto de Exalgina Gambôa sentir que tinha ainda condições de continuar à frente do cargo.
A alusão ao facto de ser a “única” foi porque o juiz-conselheiro presidente do Tribunal Supremo, Joel Leonardo, está igualmente sob fogo cruzado na imprensa, depois de o portal de notícias Club-K e o !STO É NOTÍCIA, terem trazido a público uma série de matérias comprometedoras, ligadas a alegadas práticas de corrupção, vendas de sentença, nepotismo e peculato.
O jornal português revela ainda que a irritação de João Lourenço não se teria ficado apenas pelo abandono da sala de audiências, já que, logo a seguir, teria dado ordens para que os bens de Exalgina Gambôa fossem confiscados.
Entre os referidos bens estaria também a residência que está no epicentro de toda a polémica à volta de Exalgina Gambôa, que, segundo documentos revelados pelo Maka Angola, teria gastado, via Cofre Privativo da Justiça, cerca de quatro milhões de dólares só com a decoração da mesma.
Exalgina Gambôa viria, porém, a renunciar ao cargo de presidente do Tribunal de Contas e de juíza-conselheira da mesma corte no dia 1 de Março, após dar a conhecer ao Conselho Superior da Magistratura Judicial (CSMJ), e um dia depois de ser constituída arguido pela Procuradoria-Geral da República, acusada da prática de crimes de extorsão, peculato e corrupção.
O seu filho Hailé Musapé Vicente da Cruz foi igualmente arrolado no processo, igualmente como arguido, acusado dos crimes de extorsão e corrupção.