GOVERNO DISTRIBUI TERRENOS AO LONGO DO CANAL DO CAFU
O Governo Provincial do Cunene começou a criar condições para, dentro de pouco tempo, iniciar o processo de distribuição de terrenos para a prática da agricultura ao longo dos 165 quilómetros do Canal do Cafu, para que as populações se tornem auto-sustentadas no domínio da produção alimentar.
No total, são três mil hectares agricultáveis ao longo do Canal, que vão beneficiar mais 235 mil agricultores, de acordo com um anúncio do vice-governador do Cunene para Serviços Técnicos e Infra-estrutura, António Matias, numa visita realizada, ontem, à área de implantação.
A deslocação de António Matias foi realizada para averiguar as condições que estão a ser criadas, incluindo o loteamento que vai permitir que os camponeses ribeirinhos do Canal de Cafu tenham a possibilidade de apostar na produção de bens alimentares, exortando-os a viverem, doravante, de modo diferente.
“É certo que há tradição secular dos povos do Cunene, mas façam também agricultura, cultivando tomate, feijão, milho, batata, cebola, mandioca e tudo o que ajuda a melhorar a dieta alimentar das populações e a aumentar os rendimentos”, afirmou.
António Matias disse que o Governo está fazer o loteamento e gestão da terra à luz dos pedidos dos interessados em praticar agricultura ao longo do Canal: “estamos a trabalhar com todos sectores intervenientes no processo para que, dentro em breve, sejam entregues os lotes aos agricultores”, frisou.
O vice-governador referiu que a meta é assegurar o desenvolvimento equilibrado das populações e reduzir a problemática da falta de alimentos em consequência da seca que assola o Cunene de forma ciclica.
Distribuição de sementes
O director do Gabinete Provincial da Agricultura e Pescas no Cunene, Carlos José, garantiu a entrega de meios e instrumentos de trabalho aos camponeses que estiverem organizados em cooperativas e associações e residirem ao longo do Canal, para aumentar os níveis de produção, melhorar o escoamento dos produtos extraídos do campo e a produção.
Acrescentou que a entrega dos referidos meios tem como objectivo garantir o fomento de pequenos negócios e melhorar as condições de vida das famílias rurais assolada pela seca.
Carlos José disse que os agricultores vão receber tractores e alfaias, moto-bombas, charruas, enxadas, adubos, sementes melhoradas e outros inputs agrícolas para minimizar algumas dificuldades com que se debatem dia-a-dia.
O canal adutor do Cafu é o primeiro de cinco projectos do género criados pelo Governo angolano no quadro de um programa de acções estruturantes de combate à seca no Cunene, beneficiando 235 mil pessoas dos municípios de Ombadja, Cuanhama e Namacunde.