ESCASSEZ DE ÁGUA E ELECTRICIDADE EM ANGOLA AFUGENTA INDÚSTRIAS FARMACÊUTICAS

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Angola registou cerca de 200 pedidos de criação de indústrias farmacêuticas locais, desde 2016, mas a falta de condições básicas, como de água e electricidade, travam potenciais investidores a apostarem no sector, assumiu hoje fonte oficial.

Segundo Pombal Mayembe, membro da Agência de Regulação de Medicamentos (Armed) de Angola, as 200 solicitações, que daí não passaram, surgem desde 2016, quando foi criado o grupo técnico para a avaliação e licenciamento das fábricas de produtos farmacêuticos.

“A água, electricidade estas são dificuldades que nós podemos citar aqui no nosso país, porque o fornecimento de energia eléctrica não é, digamos, contínuo e é preciso ter uma fonte alternativa em caso de quebra do fornecimento de energia eléctrica”, disse.

A qualidade da água “é outro problema, por exemplo, para o fabrico de soros, é um grande problema, a nossa água precisa de ser tratada e gasta-se muito dinheiro para podermos encontrar a água com a qualidade para preparações farmacêuticas”, reconheceu.

Em declarações no final da cerimónia de apresentação dos órgãos directivos da Associação Nacional da Indústria Farmacêutica de Angola (ANIFA), instituída hoje, Pombal Mayembe admitiu também que a problemática de financiamento esteja a condicionar o arranque do sector.

O responsável deu exemplos de potenciais investidores que têm informações erradas e chegam a solicitar financiamento do Ministério da Saúde, algo que “não é possível” porque “o Ministério da Saúde não é instituição bancária”.

Pombal Mayembe, chefe do departamento de apoio ao gabinete da directora geral da Armed, foi um dos oradores do debate sobre “O papel da indústria farmacêutica no desenvolvimento do sector da saúde em Angola”, que se seguiu à apresentação dos órgãos directivos da ANIFA.

Todos os intervenientes no debate convergiram na necessidade de o país ter já a sua indústria farmacêutica de forma a responder a escassez de fármacos e reduzir internamente os preços.

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