COOPERATIVA LAR DO PATRIOTA E A PN DESAFIAM ORDENS DO TRIBUNAL E ESPANCAM CAMPONESES DA ANA NDENGUE
Os camponeses da Associação ANA NDENGUE que litigam um espaço de mais de 300 hectares desde 1978 no lar do Patriota, município do Talatona, província de Luanda, denunciam actos de agressões praticados, alegadamente, pela Policia Nacional no Talatona, com a conivência da Administração e do Comandante Municipal Joaquim do Rasário
ANNA COSTA
Os camponeses que dizem insistirem na causa por serem os verdadeiros proprietários, consideram que “ a luta agora é entre a Associação Ana Ndengue com a Polícia Nacional e a Fiscalização do Talatona, que dia-pós-dia rondam o espaço e espancam os camponeses indefesos.
“Quarta-feira quando vieram, nos rebolaram no chão, nos derem quedas, isso não é justo, sabendo que o terreno é nosso” disse Conceição Sabino.
Por outro lado, Raimundo Manuel, porta-voz da Associação, disse que tem em sua posse documentos que orientam que enquanto o processo decorre em Tribunal deve-se parar as obras, coisa que não está a ser cumprida pela Cooperativa Lar do Patriota.
A Associação Ana Ndengue denuncia igualmente interferência no processo que se encontra em tribunal, alegando que o Juiz da causa está a ser pressionado para que decida a favor da Cooperativa Lar do Patriota pelo ex-secretário geral do MPLA, Dino Matross e o comandante Municipal do Talatona Joaquim Dadinho do Rosário.
“O Juiz está a receber pressão, está a ser ameaçado para decidir, na sexta-feira 21 de Outubro, contra a Associação Ana Ndengue”, disse Santos Adão Presidente da Associação, que mencionou nome de supostos invasores que têm terreno no local
“ Joaquim do Rosário tem terreno aqui, o Administrador Municipal, o Distrital, até os Comandantes do Distrito, têm todos terrenos aqui”. Afirmou.
Os camponeses exibiam cartões que, de acordo com os mesmos, foi os dado pela Cooperativa Lar do Patriota para que fossem indemnizados e recebessem casas, algo que passado mais de 10 anos ainda não se tornou realidade.
Partindo do princípio do contraditório, contactamos via telefónica os acusados, mas sem sucesso.