PERSEGUIDA PELO PASSADO: INFORMAÇÕES DE CORRUPÇÃO LEVAM PR A NÃO CONFERIR POSSE A SÍLVIA ADRIANA FERREIRA JULIÃO CRISTÓVÃO

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De todos os quadros que o Presidente da República nomeou esta semana, a jurista Sílvia Adriana Ferreira Julião Cristóvão, 41 anos, foi a única que não tomou posse no acto realizado nesta sexta-feira no palácio presidencial, em Luanda.

Nomeado para o cargo de Inspectora-Geral Adjunta da Administração Geral do Estado (IGAE), Sílvia Adriana Ferreira Julião, não foi concedida posse, tendo sido substituída por uma outra entidade, cuja a identidade foi ocultada, aparentemente para não despertar atenção ou criar embaraços ao Presidente João Lourenço.

A página do Centro de Imprensa da Presidência angolana veiculou que a senhora que tomou posse é a nomeada pelo Presidente da República na passada terça-feira (11), o que não é, conforme apurou o Club-K.

De acordo a cronologia dos factos, logo após ao anúncio da nomeação de Sílvia Cristóvão como nova Inspectora Geral Adjunta da IGAE, surgiram informações desapropriadas sobre a sua pessoa que terão levado Presidente da República, a congelar discretamente o processo da sua nomeação requisitando uma investigação para se apurar a verdade.

As informações sobre Sílvia Cristóvão, teriam sido avançadas pela pagina “Joana Clementina”, citando uma reportagem de 2019, do Jornal “A Republica”, que apresentava esta jovem jurista num alegado escândalo de expropriação de terreno no município de Viana, onde ela exercia o cargo de directora do Gabinete Jurídico, Intercâmbio e apoio ás Comissões de Moradores da administração Municipal.

A sua notada carreira no aparelho do Estado começou como administradora comunal da Ilha do Mussulo. Por via do Despacho n.° 7310/15 do GPL, ela seria nomeada cinco anos depois para exercer funções de Directora do Gabinete Jurídico e do Contencioso do Município de Belas.

Em 2010, depois de nomeada administradora do Mussulo, Sílvia Cristóvão foi sendo citada em boa quota como aplicadora de metodologias administrativas ou disciplinares que lhe estavam a merecer aplausos de sectores competentes. A sua vocação religiosa como testemunha de Jeová também contribuía para a sua imagem de figura apartidária para um regime politizado. Identificavam nela capacidade de separar as questões privadas/partido e das dos Estado, chegando a embargar uma construção/obra do então primeiro secretário provincial do MPLA em Luanda, Bento Francisco Bento.

Nos últimos 4 anos, Sílvia Cristóvão terá sofrido alguma “metamorfose” e o seu nome passou a ser citado em jornais em Luanda, em situações constrangedoras. A imprensa apresentava-lhe em escândalos de expropriação de terrenos a favor de terceiros enfatizando que os seus actos a ser “investigados” pela IGAE, num processo conduzido pelo antigo Inspector-geral adjunto Eduardo Semente Augusto. A capa do Jornal A Republica de 20 de Dezembro de 2019, destapava o seu rosto com dizeres desapropriados.

Era igualmente reportado pela imprensa que um dos seus processos na IGAE, ficavam “intactos” por conta de um contacto que dispunha nesta instituição. O contacto da mesma referenciado pela média, era identificado por “Bizerra”, um quadro que ocupava o cargo de director do Gabinete do Inspector-geral adjunto Eduardo Semente Augusto. Por ironia, Sílvia Cristóvão foi nomeada esta semana para substituir Eduardo Augusto no cargo de número dois da IGAE.

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