NOVA GOVERNADORA DA LUNDA-NORTE APOSTA NA MELHORIA DE ESTRADAS, ABASTECIMENTO DE ÁGUA POTÁVEL E SEGURANÇA
A aposta na melhoria da circulação rodoviária, alargamento da rede escolar, eficiência nos serviços de saúde, abastecimento de água potável, energia eléctrica, infra-estruturas desportivas e segurança pública são as grandes prioridades definidas pela nova governadora da Lunda-Norte, Deolinda Vilarinho, apresentada, ontem, à população pelo ministro da Administração do Território, Dionísio Manuel da Fonseca.
Durante a cerimónia de passagem de pastas com o ex-governador Ernesto Muangala, que vai agora dirigir a província do Moxico, Deolinda Vilarinho salientou que a reabilitação e construção de vias de acesso vai facilitar as trocas comerciais.
A governadora, que recebeu do antecessor as chaves da província e a maquete das próximas três das quatro fases do projecto de construção da centralidade do Mussungue, no Dundo, apesar do impacto negativo que a crise financeira e da pandemia da Covid-19 provocaram na implementação das distintas acções, prometeu consolidar o programa multissectorial destinado à redução da pobreza e da inserção social das famílias em áreas produtivas.
A reabilitação, construção e requalificação das principais vias rodoviárias, com vista a assegurar a fluidez das trocas comerciais, interacção social, cultural e desportiva, entre as diferentes circunscrições, constituem a prioridade na carteira de projectos da governadora que deverá ser dada à apreciação das estruturas centrais e locais. A malha rodoviária da Lunda-Norte é das mais extensas do país, com mais de seis mil quilómetros, das quais cerca de mil comportam as estradas nacionais e estão construídas.
Anunciou, por isso, que no programa de reabilitação, construção e requalificação da rede viária da província, a par das vias principais, uma especial atenção será dada às estradas secundárias e terciárias, com vista à promoção do desenvolvimento económico da província.
Para Deolinda Vilarinho, que espera contar com a sociedade da Lunda-Norte, sobretudo a juventude, igrejas, autoridades tradicionais, associações de mulheres, empresários e comunidade estrangeira, a estratégia de melhoria das vias de comunicação é um forte mecanismo para crescimento sustentável e harmonioso da província.
SEGURANÇA PÚBLICA
A governadora reconheceu a complexidade de garantir o asseguramento da Lunda-Norte, por ser a terceira maior província do país em termos de extensão territorial, daí que a aposta esteja voltada ao reforço da segurança pública, por via do apoio aos órgãos de Defesa.
“Com o nosso apoio aos órgãos de Defesa e Segurança, esperamos por um serviço exemplar para que os cidadãos se sintam protegidos e seguros em qualquer parte da província, para que a Lunda-Norte se torne num lugar belo e acolhedor”, disse, antes de pedir ajuda aos colaboradores.
A primeira mulher a dirigir a Lunda-Norte afirmou que mereceu a confiança do Presidente da República, João Lourenço, na sequência das Eleições Gerais de 24 de Agosto último, com a missão de servir as populações com acções focadas na melhoria das condições sociais.
Os principais projectos em curso, no sector das infra-estruturas rodoviárias, destacam-se as obras de construção da Estrada Nacional 225, que liga a cidade do Dundo aos municípios localizados na região Sul da província, numa extensão de 540 quilómetros.
Dados em posse do Jornal de Angola dão conta que dos 540 quilómetros da Estrada Nacional 225, em termos de execução física da obra, restam cerca de 26. “Esta via é considerada a estrada de progresso da Lunda Norte, uma vez que liga cinco municípios localizados na zona Sul do interior da província à cidade do Dundo”, esclareceu.
A reabilitação da Estrada Nacional 180 do Dundo ao município do Lucapa, passando pela cidade de Saurimo (província da Lunda-Sul), até ao Luena (no Moxico), num percurso de mais de 300 quilómetros, é outro projecto estruturante, cujas obras estão na fase final.
Na carteira de projectos, ligados a infra-estruturas, consta ainda as obras inacabadas do pavilhão multiuso no Dundo, localizado no Distrito Urbano do Mussungue.
ESPÍRITO DE EQUIPA
O ministro da Administração do Território, Dionísio Manuel da Fonseca, que orientou a cerimónia de apresentação da nova governadora da Lunda-Norte , salientou que se deve trabalhar na criação de uma equipa forte e comprometida para o êxito do processo da melhoria das condições de vida das populações.
Segundo o ministro, a Lunda-Norte é uma das províncias estratégicas do país, daí a necessidade de a nova governadora ter o desafio de trabalhar em equipa, tendo em vista a partilha dos esforços, para garantir que o sucesso seja facilmente alcançado.
Deolinda Vilarinho substitui Ernesto Muangala, que dirigiu a província 14 anos, e conhece a Lunda-Norte, uma vez que foi vice-governadora para o Sector Económico. No quadro da implementação do Decreto Presidencial 302, passou a acumular com as áreas Política e Social.
APOSTA NAS OBRAS DA CENTRALIDADE
Por sua vez, o ex-governador da Lunda-Norte, Ernesto Muangala, defendeu que a par de outros sectores a nova governadora e colaboradores devem continuar a prestar atenção ao programa de fomento habitacional, com destaque às obras das próximas fases da centralidade do distrito Urbano do Mussungue.
Ernesto Muangala disse que deixa Lunda-Norte com orgulho pelo serviço prestado, não obstante a possibilidade de ter havido falhas. Referiu que um dos maiores ganhos da Lunda-Norte tem a ver com a conclusão da primeira fase da centralidade do Mussungue, que comporta actualmente 5004 apartamentos.
Concebido para vinte mil residências para serem erguidas em quatro fases, o ex-governador disse que a aposta agora deve estar virada para a construção de um edifício para o Governo Provincial, Palácio da Justiça e outras infra-estruturas para os serviços públicos. Além do fomento habitacional, a centralidade do Mussungue, com 419 prédios de quatro, nove, onze e dezoito andares, faz parte do projecto do Executivo para a urbanização da cidade do Dundo, capital da Lunda-Norte.
Depois da conclusão da primeira fase, desde 2015 que a centralidade passou a ser habitada, com a aquisição de residências por via das modalidades de renda resolúvel, compra directa e arrendamento normal para particulares, instituições públicas e privadas.
Em termos de infra-estruturas sociais, a urbanização conta com um Hospital Geral de 200 camas, Complexo Escolar de 50 salas de aula, um infantário, Estação de Tratamento de Água Potável e outro para as residuais.
Fonte: JA