LUNDA NORTE: JOVENS DESEMPREGADOS PREPARAM ONDAS DE MANIFESTAÇÕES EM CAFUNFO PARA EXIGIR RECRUTAMENTO NAS EMPRESAS MINEIRAS
A falta de emprego, a fome, a pobreza e a miséria, que assolam diariamente as populações da região do Cuango, tida como rica em diamantes, tem gerando uma onda de insatisfação no seio das famílias da vila mineira de Cafunfo, município do Cuango, província da Lunda-Norte.
Segundo a fonte do Jornal Hora H, Uma das franjas da sociedade que se manifesta “saturada” com os níveis de desemprego naquela parcela do país, é a juventude que afirma que vive em “desespero total numa região rica em diamantes, exploradas todos os dias sem nenhum benefício à população local”.
De acordo com a fonte, em 2019, a empresa de diamantes “Sociedade Mineira do Cuango (SMC)”, teria recebido centenas de processos com o intuito de admitir garantir empregos aos jovens o município do Cuango, mas lamentam que “os processos foram arquivados e foram admitidos jovens de outras de outras regiões da província e do país”.
Entretanto, para protestar tal medida, os jovens que se sentem “excluídos”, agendaram a partir do dia 28 de Setembro, uma série de manifestações de rua para exigir a criação de condições para concursos públicos que possam viabilizar empregos aos jovens do Cuango e Cafunfo.
“Um grupo de jovens desempregados, pretende realizar manifestação contra à empresa Sociedade Mineira do Cuango, devido a exclusão desta região ao ponto de recrutarem pessoas de outras províncias e não os filhos da terra”, referem os jovens.
“Há muita gente, dentre os quais homens e mulheres, nesta altura a sofrer por causa do desemprego, e as únicas empresas que temos, a Sociedade Mineira do Cuango, a Lumina, estes nesses últimos tempos têm despedido os jovens, e trazem consigo seus patronos, deixa a maioria da juventude no desespero total”, acrescentam.
A iniciativa é de um grupo de jovens com idades compreendidas entre os 20 a 30 anos, que se dizem “agastados com a vida de desemprego”, por isso, apelam à “Sociedade Mineira do Cuango (SMC)”, para que leve em consideração os processo de 2019 e 2020.
“Os nossos processos estão na empresa há anos sem nenhuma informação sobre o andamento do processo, situação que nos constrange, uma vez que, temos informações que dão conta que estão a ser empregadas pessoas vindas de outras províncias do país”, disse o porta-voz do grupo, Lucio Chicuama Pami, 26 anos.
“O objectivo da manifestação é pressionar o Governo do Presidente angolano, João Lourenço, no sentido de olhar com maior atenção para às questões relacionadas com a juventude, porque nós somos humanos e temos o direito de trabalhar, e não somos jovens que só se lembram nas campanhas eleitorais”, afirmou Jackson António Mudico.
Os jovens contam que “criamos uma comissão para ir ter com as entidades locais, sobretudo a administração municipal do Cuango, no sentido de informar o administrador, Gastão Kahata Júnior Goge, sobre os processos que haviámos entregue à mina Cuango, em 2017 e que não fomos admitidos até ao momento”, realçam.