LÍDERES MUNDIAIS NO FUNERAL DE ESTADO DA RAINHA ELIZABETH II

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O funeral da rainha Isabel II é realizado hoje, na Abadia de Westminster, no centro de Londres, com um programa cheio de pompa e tradição num dia declarado feriado nacional, com a presença de numerosos líderes mundiais.

As cerimónias fúnebres da monarca, falecida a 8 deste mês, por doença, são as primeiras com honras de Estado no Reino Unido desde o funeral do antigo Primeiro-Ministro Winston Churchill, em 1965, sendo que cada momento e local tem um significado histórico e cerimonial.

Durante o período em câmara ardente, foram colocados no cimo da urna da Rainha a Coroa Imperial, a Esfera e o Ceptro reais.

Parte das jóias da coroa, decorada com diamantes, safiras, esmeraldas, pérolas e rubis, representa não só o poder do monarca sobre o país, mas também o papel religioso como chefe da Igreja Anglicana. No final das cerimónias, os três objectos voltarão a ser guardados na Torre de Londres até à coroação do rei Carlos III.

 

Carruagem

A urna da Rainha vai ser transportada numa carruagem que servia para carregar canhões e que em 1901 foi usada no funeral da rainha Victória. Foi reutilizada nos funerais de outros reis, como Eduardo VII e Jorge VI, bem como de Churchill. A última vez foi em 1979, para o funeral do tio do príncipe Filipe, Lord Mountbatten, morto num atentado do Exército Republicano Irlandês. Tradicionalmente, é puxada com cordas por 98 marinheiros.

 

Cortejos

Entre o Palácio de Westminster e a Abadia de Westminster, após o funeral, no cortejo pelas ruas de Londres até ao Arco de Wellington, e na chegada ao Castelo de Windsor, a urna da rainha será acompanhada a pé pelo rei Carlos III, irmãos, filhos, sobrinhos e outros membros da família real.

Na congregação seguem uma série de representantes oficiais das instituições britânicas civis e militares, en-vergando os uniformes de cerimónia incluindo espadas e condecorações.

Como a rainha era a Comandante em-Chefe das Forças Armadas, participam também regimentos militares de todos os ramos e ainda algumas unidades representativas da Commonwealth como a Polícia Montada do Canadá. Durante os cortejos, normalmente são disparadas salvas de canhão e tocados sinos, nomeadamente o Big Ben em Westminster, em intervalos de um minuto.

 

Abadia de Westminster

A Abadia de Westminster é a igreja onde se realizaram as coroações desde 1066 e inúmeras outras ocasiões reais, incluindo 16 casamentos reais. Isabel II foi coroada em 1953 e casou com o príncipe Filipe em 1947 neste edifício histórico. É também o local onde antes se sepultavam monarcas. Desde 1760 que não recebia um serviço fúnebre de um monarca, embora o funeral da Rainha-Mãe tenha sido ali realizado em 2002.

 

Last Post

No final do serviço fúnebre vai ser tocado o “Last Post”, uma curta fanfarra de corneta que é associada a funerais militares ou homenagens a soldados mortos em combate.

 

Arco Wellington

No final do serviço fúnebre na Abadia de Westminster, a urna de Isabel II vai sair em cortejo até ao Arco de Wellington, construído para celebrar a vitória da guerra de Waterloo sobre Napoleão em 1815. Naquele local será colocada num carro funerário para viajar até ao Castelo de Windsor.

 

Castelo de Windsor

Uma das residências oficiais do monarca britânico, com origens que remontam ao século XI. Foi ali que a rainha Isabel II se refugiou com o marido durante a pandemia de Covid-19 e viveu nos últimos dois anos, aproveitando também a realização de obras no Palácio de Buckingham.

 

Capela de São Jorge

A Capela de São Jorge no Castelo de Windsor data do século XVI e é uma igreja escolhida frequentemente pela família real para casamentos, baptizados e funerais. Foi onde o príncipe Harry se casou com Meghan Markle e onde foi realizado o funeral do marido da rainha, o príncipe Filipe, em 2021. É também o local onde estão sepultados 10 monarcas britânicos, incluindo Henrique VIII e Carlos I, e respectivos familiares.

Joe Biden e Marcelo Rebelo prestam homenagem a Isabel II

O Presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, prestou, ontem, homenagem à rainha Isabel II no Palácio de Westminster, em Londres, onde o corpo se encontra em câmara ardente.

Ao chegar ao balcão onde os representantes oficiais dos países são encaminhados pelos assistentes parlamentares, o Presidente português desceu ao nível do chão para se aproximar mais e benzeu-se ao passar junto ao caixão, perto do público e dos guardas.

O Chefe de Estado português foi acompanhado pelo embaixador de Portugal em Londres, Nuno Brito, e pela chefe do Protocolo de Estado, embaixadora Clara Nunes dos Santos.

De seguida, Marcelo Rebelo de Sousa assinou o Livro de Condolências oficial em Lancaster House antes de participar numa recepção no Palácio de Buckingham oferecida pelo Rei Carlos III aos líderes internacionais que viajaram para presenciar as cerimónias fúnebres com honras de Estado.

O Presidente norte-americano, Joe Biden, também encontra-se em Londres, para assistir às cerimónias fúnebres da rainha Isabel II, que morreu a 8 deste mês, aos 96 anos.

Joe Biden e a mulher prestaram, ontem, homenagem aos restos mortais da monarca e estarão presentes, como muitos outros líderes mundiais, no funeral na abadia de Westminster, entre cerca de 2.000 convidados.

Além de Joe Biden e Marcelo Rebelo de Sousa, entre os convidados das primeiras exéquias nacionais do Reino Unido em mais de 50 anos, estão o Presidente francês, Emmanuel Macron, do Brasil, Jair Bolsonaro, o imperador do Japão, Naruhito, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

Os dirigentes da Rússia, Afeganistão, Myanmar, Síria e Coreia do Norte não foram convidados.

São esperadas para hoje centenas de milhares de pessoas nas ruas de Londres e milhões acompanharão a cerimónia pela televisão, num dia que foi decretado feriado no Reino Unido.

Biden falou na quarta-feira por telefone com o rei Carlos III e comunicou-lhe o “desejo de prosseguir uma relação estreita” com o novo soberano.

Elizabeth Alexandra Mary Windsor nasceu a 21 de Abril de 1926, em Londres, e tornou-se rainha de Inglaterra em 1952, aos 25 anos, após a súbita morte do pai, Jorge VI, que subiu ao trono após a abdicação do irmão, Eduardo VIII, para poder casar com uma divorciada norte-americana, Wallis Simpson.

Após a morte de Isabel II, o filho primogénito, de 73 anos, tornou-se rei como Carlos III.

O caixão da rainha está desde quarta-feira no Palácio de Westminster, o edifício do Parlamento britânico, sobre uma plataforma designada por catafalco, coberto pelo estandarte real e com a coroa imperial, orbe e ceptro reais em cima, as jóias da coroa que recebeu aquando da coroação em 1953.

Milhares de pessoas esperaram até 24 horas nos últimos dias para entrar no local e prestar uma última homenagem durante a câmara ardente, formando uma fila que chegou aos oito quilómetros.

 

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