O chefe de estado, João Lourenço, assistiu, na manhã deste sábado, às 8h00, no pátio do Museu de História Militar, em Luanda, ao içar da Bandeira Monumento em homenagem ao Fundador da Nação, António Agostinho Neto, que completou, neste dia, o centenário natalício.

Após assistir ao içar da Bandeira Monumento, o Chefe de Estado, que se fez acompanhar da Primeira-Dama da República, Ana Dias Lourenço, efectuou uma visita demorada ao acervo do Fundador da Nação exposto naquele Museu de História Militar. No acervo, pode encontrar-se o discurso feito por Agostinho Neto, no dia da proclamação da Independência Nacional, o Renault-6 que utilizou no Congo Brazzaville, o seu barco de recreio utilizado no país, de 1977 a 1979, a viatura BTR-152 militar, que transportou a urna do Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro para o Palácio do Povo, além do Bilhete de Identidade.

A cerimónia, que se enquadra nas celebrações do centenário natalício de Agostinho Neto, contou com a presença da Vice-Presidente da República, Esperança da Costa, da presidente do Tribunal Constitucional, Laurinda Cardoso, do presidente do Tribunal Supremo, Joel Leonardo, do procurador-geral da República, Hélder Pitta Grós, da viúva do Fundador da Nação, Maria Eugénia Neto, Roberto de Almeida, primo de Neto e presidente da Fundação Sagrada Esperança, e de vários membros do Executivo.

Em breves declarações à imprensa, Maria Eugénia Neto destacou que a homenagem feita ao esposo, pelo Mais Alto Magistrado da Nação, transmite a sensação de que ele viverá para sempre. Referiu que uma das formas de tornar real o futuro de que Neto sonhava, para Angola, passa por transmitir o seu sonho às gerações presentes.

“Neto almejava a paz não só para Angola como, também, para todos os povos do mundo e que o planeta fosse digno dos seus filhos”, recorda, sublinhando que o pensamento de Neto ainda continua a iluminar aqueles que lutam por causas justas.

Érica Neto, uma das netas do Fundador da Nação, disse que a homenagem feita ao avô pelo Presidente da República, no dia do centenário natalício, deixa a família muito satisfeita. De 24 anos de idade e a carregar um dos legados mais expressivos do avô-a poesia – Érica Neto lamenta o facto de não o poder conhecer pessoalmente. “É uma pena nunca o ter conhecido, mas fico muito feliz pelo trabalho que fez pelo país”, salientou.

Secretário pessoal

Salvador Sebastião, que foi secretário particular de Agostinho Neto, ressaltou que as homenagens à volta da figura são bem merecidas. “É uma pessoa que se dedicou sempre ao seu povo angolano”, realçou. Salvador Sebastião recordou, com nostalgia, que, devido às funções que desempenhava, Agostinho Neto não se deslocava pelo país e pelo exterior sem a sua presença. “doeu-me tanto quando o acompanhei à União Soviética, na altura, dentro da clínica, até à porta do bloco operatório”, aclarou.

Bandeira Monumento

A Bandeira Monumento encontra-se no pátio do Museu de História Militar, em Luanda, antes designado Fortaleza de São Miguel. Mede 12 metros de largura, 18 de comprimento e é suportada por um mastro de 75 metros de altura. Foi inaugurada no quadro das comemorações do 11º aniversário do Dia da Paz e da Reconciliação Nacional (4 de Abril) em homenagem aos Heróis da Pátria e a todos quantos se empenharam para o alcance da Independência Nacional, da paz, do progresso e do desenvolvimento do país.

A bandeira só deve ser hasteada 12 vezes por ano e uma vez por mês, às 8h00. As datas reservadas para o içar da Bandeira Monumento são:  4 de Janeiro, Dia dos Mártires da Repressão Colonial (Baixa de Kassanje), 4 de Fevereiro, data do início da Luta Armada de Libertação Nacional,  8 de Março, Dia Internacional da Mulher, 4 de Abril, Dia da Paz e da Reconciliação Nacional, e 1 de Maio, Dia Internacional dos Trabalhadores.

A bandeira deve, ainda, ser hasteada a 25 de Maio, Dia de África, nos primeiros domingos de Julho, Agosto e Outubro, 17 de Setembro, Dia do Fundador da Nação e do Herói Nacional, 11 de Novembro, Dia da Independência Nacional, e 25 de Dezembro, Natal e Dia da Família.