LEGADO DE NETO GLORIFICA OS POVOS DEFENSORES DA LIBERDADE

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O vice-governador para o Sector Político, Social e Económico da província do Cunene, Apolo Ndinoulenga, considerou, quinta-feira, na cidade de Ondjiva, o contributo do Fundador da Nação, António Agostinho Neto, para a libertação da Região da África Austral, um legado valioso, estando preenchido de conquistas que jamais serão esquecidas e glorificam todos os povos defensores da liberdade

Apolo Ndinoulenga debruçou-se sobre o legado de António Agostinho Neto, no quadro das festividades do centenário, referindo, na ocasião, que o primeiro Presidente da República foi um nacionalista convicto, que lutou pela preservação da identidade cultural dos angolanos, em particular, e dos africanos, em geral, com o objectivo político de materializar a unidade entre os povos e da independência dos países africanos.

De acordo com o responsável, é conhecida a intervenção de Agostinho Neto na arena internacional, sobretudo nos países vizinhos, citando, a título de exemplo, a máxima “na Namíbia, no Zimbabwe e na África do Sul está a continuação da nossa luta”, condição que o Estado angolano assumiu e concretizou.

Este legado, realçou, foi mantido vivo pelo povo angolano, cuja luta contribuiu para a Independência da Namíbia, do Zimbabwe e para abolição do regime segregacionista do apartheid, na África do Sul.

Ao descrever António Agostinho Neto como grande político e nacionalista, o vice-governador para o Sector Político, Social e Económico da província do Cunene, Apolo Ndinoulenga,  considerou tratar-se de uma figura inquestionável e de grande influência política, poética, médica e cultural, cuja relevância e história ultrapassam as fronteiras de Angola.

Sobre a jornada do centenário de António Agostinho Neto, o vice-governador disse que visa homenagear o estadista, enquanto Fundador da Nação, e transmitir às novas gerações os valores defendidos por ele.

Agostinho Neto, que nascera a 17 de Setembro de 1922, na localidade de Kaxicane (Icolo e Bengo), faleceu a 10 de Setembro de 1979, por doença, em Moscovo, Rússia. Antes, a 11 de Novembro de 1975, proclamou a Independência e, na sequência, tornou-se o primeiro Presidente da República Popular de Angola.

Enquanto escritor, o nacionalista escreveu várias obras, com destaque para “Quatro Poemas de Agostinho Neto (1957)”, “Sagrada Esperança (1974)”, e “A Renúncia Impossível”, esta última publicada a título póstumo em 1982. Sob o lema “Angolanos de mãos dadas para o futuro”, o acto foi testemunhado por membros do Governo provincial, deputados à Assembleia Nacional, representantes de partidos políticos, líderes religiosos, autoridades tradicionais, antigos combatentes, académicos, entre outros.

LEGADO ACADÉMICO DE NETO

O legado académico de Neto e o uso da Academia e da Arte, em nível da criação artística e dos ideais que permitiram a libertação de Angola e de África, foi debatido, ontem, durante uma palestra proferida pelo historiador Isidro Dahepele a membros do Governo do Cunene.

O historiador Isidro Dahepele considerou Agostinho Neto como uma referência da cultura nacional, cujos ensinamentos devem servir de fonte de inspiração e de consulta biográfica obrigatória para quem queira entender a literatura angolana. Afirmou que Neto se demarcou da Academia, da Arte, da Política e da Medicina, para explorar outros campos, tendo se constituído uma figura que serve de paradigma para as gerações vindouras

“A figura de Neto deve ser levada em consideração, enquanto homem de letras, que deixa um legado vasto de obras que deviam ser exploradas nas universidades e instituições do ensino geral, do ponto de vista da poesia e da literatura científica”, sublinhou o historiador, citado pela Angop.

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