ELEIÇÕES: POLÍCIA NACIONAL CRIA CLIMA DE MEDO E DETENÇÕES NO PAÍS

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Uíge – O Movimento Cívico Mudei tornou público hoje 27, uma carta aberta dirigidas as instituições do Estado, Comissão Nacional Eleitoral, Provedoria da Justiça e a Secretária de Estado dos Direitos Humanos do Ministério da Justiça Humanos, para intervirem nas detenções dos activistas que reivindicam os resultados das eleições gerais realizadas no dia 24 de Agosto do corrente ano, diz a missiva enviada a Redacção do Jornal Hora H.

NDOMBI ZADIMENGA

O documento apela as instituições a cima citadas que intervenham com urgência em defesa da legalidade e do respeito pelos direitos de cidadãos que estão a ser vítimas de abusos por parte de forças policiais.

O Movimento Cívico Mudei é um movimento que reúne cidadãs e cidadãos, bem como organizações não governamentais, com o objectivo de contribuir para um processo democrático justo e transparente;

De acordo com os activistas, a referida organização é um movimento apartidário e não recebem qualquer financiamento de nenhum partido político. Querem no entanto realçar que não seria nenhum crime se fossemos um grupo de apoio a um partido;

Segundo os mesmos, no passado dia 25 de Agosto de 2022, foram detidos e torturados vários activistas, em circunstâncias manifestamente ilegais na província do Uíge, foram detidas seis pessoas, cinco das quais quando regressavam a casa. O sexto jovem foi detido no dia 26 de Agosto, quando se dirigiu ao Serviço de Investigação Criminal (SIC) para ter mais informações sobre os cinco detidos.

“Neste grupo estão duas mulheres, com crianças menores. Este facto é do conhecimento das autoridades e os jovens nunca receberam qualquer informação sobre a sua detenção” disse a fonte.

Segundo a denúncia, estes activistas continuam detidos, sem qualquer acusação. Além de estarem a receber intimidações por parte dos agentes da Polícia Nacional, por fazerem parte da equipa de voluntários do Movimento Cívico Mudei e hoje dia 27 de Agosto por volta das 8h00 da manhã, seis agentes da polícia fizeram uma busca sem apresentar mandado, em casa e no escritório do cidadão Sérgio Lepica e deteram o proprietário da residência.

Nesta referida acção, o cidadão Sérgio foi torturado, levado no chão da viatura da Polícia Nacional com agentes a pisarem-lhe, em frente do seu local de trabalho e os agentes levaram consigo os pertences da vítima, computador e telemóvel, diz a missiva enviada ao Jornal Hora H.

Os activistas detidos e que estão na PGR SIC município do Uíge são: Sérgio Caxala Lepica, Tatiana Isabel Adão Luís, Filipe Manucho Ferraz e Jordão Fernando Ernesto.

Os activistas detidos no município do Negage são: Eduardo Valentim António Zeferino e Marcelina.

De acordo com o Movimento, os activistas estão a ser acusados de terem perturbado as Assembleias de voto e, nenhum deles esteve dentro das Assembleias e no caso de o terem feito deveriam ter sido detidos no local, disse a fonte.

Apelamos por isso à Vossa intervenção para a imediata soltura das pessoas detidas nas circunstâncias que referimos acima e que se reforce a formação dos agentes da Polícia Nacional para entenderem que estão ao serviço da Constituição, demais leis da República e não de nenhuma força partidária em particular, afirmam os activistas em comunicado enviado a Redacção do Jornal Hora H.

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