ELEIÇÕES: PESCA ILEGAL TEM DIAS CONTADOS DIZ JOÃO LOURENÇO
O presidente do MPLA, João Lourenço, anunciou, este domingo, a construção de um Pólo de Desenvolvimento de Rochas Ornamentais, na cidade de Moçâmedes, província do Namibe, um importante projecto que vai contribuir para a obtenção de divisas e não só, alargando as receitas do Estado.
Ao discursar no acto político de massas em Moçâmedes, a 9 dias do pleito eleitoral, o candidato do MPLA a Presidente da República sublinhou que se trata de um investimento público que vai valorizar “estes” produtos de exportação, e, ao mesmo tempo, converter-se em grande fonte de divisas para os cofres do Estado.
No acto que teve lugar no Largo do Instituto Superior Politécnico Gregório Semedo de Moçâmedes, o líder do MPLA, que se fazia acompanhar da esposa Ana Dias Lourenço, referiu que as rochas ornamentais, que servem para a construção civil e o consumo interno, constituem, além do petróleo e outros produtos de exportação, fontes importantes para obtenção de receitas (divisas).
Namibe, recordou, é conhecida, também, como a terra das indústrias extractivas, forte na produção de mármore e granito, assim como de outras “pedras” ornamentais.
João Lourenço, que foi interrompido, por várias vezes, pelos militantes, amigos e simpatizantes que queriam manifestar apreço e proferir palavras de encorajamento ao líder, anunciou a construção de raiz da estrada Moçâmedes/Baynes, que vai interligar a província do Namibe à vizinha República da Namíbia.
Para o candidato do MPLA, a construção desta via de grande importância, além de servir as populações, tem como objectivo promover a construção do aproveitamento hidráulico de Baynes, considerando um “grande projecto energético, que será construído entre Angola e a Namíbia”.
A Barragem de Baynes sobre o rio Cunene, acentuou, vai fornecer energia a Angola e à Namíbia. Trata-se de um projecto bi-nacional, que, uma vez concluído, vai reforçar a capacidade de fornecimento de energia na região Sul do país, em particular para as províncias do Namibe e do Cunene.
PESCA ILEGAL TEM DIAS CONTADOS
Durante o discurso, o líder do MPLA, João Lourenço, reconheceu a necessidade de se reforçar o asseguramento e a protecção do mar. Nesse sentido, assegurou, “o governo está já a trabalhar seriamente para conferir maior capacidade de protecção das nossas águas e fiscalização contra a pesca ilegal, sobretudo os grandes arrastões de frotas estrangeiras”.
Ao dirigir-se aos militantes, João Lourenço garantiu que a pesca ilegal tem os dias contados e que os investimentos que estão a ser feitos para a protecção marítima “são seguros e sérios”.
O presidente do MPLA fez saber que está a par dos problemas do sector pesqueiro no Namibe, assim como das necessidades de uma frota de captura, porque a actual é privada. Reconheceu, igualmente, a necessidade da implementação de políticas e incentivo à captura de mais pescado.
Para o mandato 2022-2027, caso vença as eleições, o candidato do MPLA a Presidente da República prometeu prestar particular atenção a este sector importante da economia nacional, não apenas do Namibe, mas ao longo de toda costa do país. “Namibe é uma das províncias que mais se destaca pela sua capacidade de competição com as demais”, realçou João Lourenço.
Namibe, prosseguiu, é uma província cuja economia assenta na indústria pesqueira e é das principais fontes de receitas para o Estado e para as famílias, bem como na oferta do emprego para a população, em particular, dos jovens.
GESTÃO INTERNACIONAL DO PARQUE DO IONA
Na sua intervenção, o presidente João Lourenço fez saber que o Executivo, sob sua liderança, entregou o Parque do Iona a uma instituição de renome internacional, experiente na gestão e conservação da natureza.
Sem avançar informações detalhadas sobre a instituição, o líder do MPLA disse crer que esta medida vai melhorar a gestão do Parque e, sobretudo, atrair cada vez mais turistas internacionais.
A concessão para a gestão privada do Parque do Iona, disse, foi uma medida acertada da parte do Executivo, “desde que se alcance a melhoria e se atraia investimento e turismo para o Namibe. Para João Lourenço, o turismo nesta província mais ao centro do Sul do país, não se limita ao Parque Nacional do Iona, pois Namibe tem outras atracções que precisam de ser, igualmente, exploradas para conferir receitas localmente e investir-se noutras áreas.
ELEITORES DECIDEM QUEM GOVERNA NOS PRÓXIMOS CINCO ANOS
João Lourenço, que apresentou a candidata a Vice- Presidente da República, Esperança Costa, aos militantes do Namibe, salientou que a mesma é um rosto conhecido, tendo destacado a fase em que a responsável coordenou a comissão instaladora da Academia de Pescas do Namibe, uma importante instituição de ensino e investigação.
Esperança Costa, disse, foi escolhida por dar provas, ao longo da vida e da sua carreira, de ser uma pessoa séria e competente, do ponto de vista profissional e patriótico. “A candidata a Vice-Presidente da República vai me ajudar a levar pelas costas esse peso que se chama Angola. Governar Angola é um acto de grande responsabilidade, que não pode ser confiado a uma só pessoa”, enfatizou o líder do MPLA.
Neste caso particular, o presidente João Lourenço, que apelou para o voto certo no número 8, lembrou que o país se aproxima com grande velocidade de um dos mais importantes dias na história dos angolanos, onde os eleitores vão decidir “quem vai governar Angola nos próximos cinco anos, quem terá a maioria dos deputados e, igualmente, quem vai constituir o Executivo”.
João Lourenço garantiu que o novo governo que se avizinha, caso vença as eleições, tudo fará para dar início e concluir, de preferência durante o mandato, a construção das sete barragens, para acabar com a aflição da província do Namibe, em termos de escassez de água.
“Esses projectos têm a nossa assinatura, e só nós podemos executar e torná-los uma realidade. Por isso, apelamos ao voto para que o Executivo do MPLA tenha a possibilidade de retirar do papel esses planos para a construção de infra-estruturas”, frisou.
O líder do MPLA reiterou aos militantes para ensinarem os eleitores a votar correctamente no partido. “É preciso saber votar. Não basta ter vontade de votar, mas é preciso ter a vontade de votar e bem, para que o boletim não seja invalidado ou considerado um voto nulo”, pontualizou o presidente João Lourenço.
Ao sair do acto político de massas, centenas de militantes que não tiveram a oportunidade de ver o líder do MPLA mais de perto, aguardavam à saída do Largo para manifestar empatia e admiração. Já dentro da viatura, e a fazer adeus, os militantes gritavam pelo candidato, depois de percorrerem alguns metros, João Lourenço não se conteve e pediu ao motorista para parar, desceu da viatura e saudou os militantes, amigos e simpatizantes que ali estavam, um momento que mereceu regozijo do povo.