SIC ACUSADO DE RAPTAR MILITANTE LEAL AO EX-DITADOR JES

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Luanda – Foi num dia mais amargo que a morte que fui sequestrado num feitio marginal pelos agentes do SIC, num tom de sequestro severamente desumano, e fui jogado no lago do inferno, o meu grito de socorro não foi ouvido por ninguém, porque o dia ficou surdo. A brisa da minha vida estava prestes a ser lambida pelo calor da pólvora, a morte andava de mãos dadas comigo neste dia, porém, a mão divina tinha o seu poder apontado sobre mim e fez-me escapar da morte.

O estado angolano forjou acusações contra nem mesmo uma única prova soube fundamentar sobre as acusações lançadas nos meus ombros, é claro, estamos no país do Sr. Ordens superiores onde a justiça é a moleta da política, mesmo não tendo praticado actos que entram em conflito com a lei, basta não estar de acordo com o estado sobre coisas que concerne a péssima governação vigente em Angola é suficiente para sermos barbaramente punidos e lançados em cárcere.

Este é o país da ditadura onde falar a verdade ou criticar o estado é crime. Permaneci mais de 14 dias na mumbaca da DPIC sendo vigiado como um marginal altamente perigoso. Se alguém não se lembra recordemos: fui eu que na governação de JES defendia, JES e a entourage, hoje, como os tempos mudaram, as vontades também mudaram, o MPLA que sempre defendi e que tornou-se sujeito e actor da minha injusta prisão, uma prisão meramente política. Nem os acusadores, nem os sequestradores são capazes de fundamentar os porquês da minha prisão, talvez seja um acto ultrassecreto, ou as razões da minha prisão somente os donos disto tudo sabem.

Hoje encontro-me aqui no mar vermelho, onde todos os meus sentidos são maltratados de forma holistica, bio-psicossocial e uma desumanidade colossal. O mesmo MPLA que ontem defendi, hoje por ser avesso a governação lourencista colocou-me preso de forma totalmente injusta.

Como diz o adágio popular: o valor de um preso está a baixo de um cão morto é este o reflexo vigente na comarca de viana. Fui o maior defensor do Zédú, porém o mal-estar que se viveu no círculo do MPLA a guerra de todos contra todos, cuja arma era a PGR que tinha como munições a caça às bruxas, reflectiu até então a minha injusta prisão.

Fui lançado no calabouço onde o meu valor está à baixo de exergas de farrapos deitadas no lixo – estou no inferno.
Fonte: CK e João Hungulo

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