MORADORES DA CENTRALIDADE DO SEQUELE CLAMAM POR FALTA DE ÁGUA

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Os moradores dos blocos 11 e 12 da urbanização do Sequele, sede do Distrito Urbano homónimo, estão há mais de cinco dias privados do abastecimento de água potável, devido a uma rotura num dos dois quarteirões acima referenciados.

Agastados, vários moradores reagiram nas redes sociais com áudios e vídeos gravados junto à fractura, o que gerou uma onda de críticas. Ouvidos ontem pelo Jornal e Angola, os moradores reclamam das dificuldades enfrentadas na sequência do corte do precioso líquido, desde a passada quinta-feira, e da falta de comunicação da Epal e Administração do Distrito.

Um morador identificado por Pedro Martins disse ao Jornal de Angola que tem estado a recorrer a bidons para acarretar água noutros blocos (quarteirões) cuja realidade é diferente.

Segundo o operador de caixa de uma instituição bancária, todos os dias é forçado a subir oito andares com peso para garantir que a família tenha acesso ao precioso líquido. “Não tem sido fácil porque chego a casa cansado, mas faço para garantir a higiene pessoal dos filhos e esposa”, explicou o morador do bloco 11.

Cássio Mário, do mesmo quarteirão, revelou, por seu turno, que teve de alterar a sua rota e programação diária, por estar obrigado a procurar pelo precioso líquido no trajecto de regresso à casa. “Quando saio do serviço passo em residências de familiares noutros bairros para apanhar água, pois à noite boa parte do Sequele não sai água”, disse o funcionário público.

Já Petra Gomes disse que para ter água em casa é obrigada a recorrer a terceiros e pagar 400 kwanzas para que cada bidon seja transportado de um quarteirão para o seu.

Doméstica, Petra referiu não entender a postura das instituições que devem velar pela situação, uma vez que o assunto reportado remonta desde a semana passada. “Nos espaços onde esses assuntos são discutidos estão funcionários da administração e da Epal, mas até hoje (ontem) se mantêm no silêncio, o que configura uma falta de respeito para com o cidadão e o cliente”, referiu aborrecida a moradora do bloco 12, acrescentando que não consegue lavar a roupa desde a passada quinta-feira.

O porta-voz da Epal justificou ao Jornal de Angola o corte no abastecimento a uma rotura devido à carga causada pelo aumento da produção e no abastecimento de água. Segundo Vladimir Bernardo, fruto do funcionamento em pleno da fase 3 da Estação de Candelabro, a urbanização do Sequele regista um aumento do volume da água, de pelo menos 17 horas por dia. Disse que o facto teve uma pressão sobre o equipamento, tendo originado o surgimento de roturas e consequentemente cortes para intervenção.

Vladimir Bernardo, que reagia a reclamação de moradores dos blocos 11 e 12, segundo os quais os técnicos deixaram, há mais de cinco dias, um buraco aberto e isolado, sem dar qualquer explicação, disse que a zona está isolada e os meios mobilizados para a rotura ser eliminada.

Explicou, também, o facto de que atendendo o período de Inverno o consumo de água reduz e as condutas entram sob pressão. “A rotura foi intervencionada por técnicos da Epal, que escavaram, identificaram, isolaram para evitar desperdícios, está a mobilizar os meios necessários para reparar e repor o abastecimento nas zonas que sofreram cortes”, disse.

Deu a conhecer que por esse motivo a Epal regista uma demanda de roturas no casco urbano de Luanda.

C/JA

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