Uíge – A centralidade do Kilumoso, na província do Uíge, está ser tomada por amontoados de lixo, moscas, mosquitos, mau cheiro tudo por falta de uma administradora e operadora credível na limpeza da cidade, disseram recentemente os moradores ao Jornal Hora H que esteve no local.

NDOMBI ZADIMENGA

O secretário Provincial da UNITA no Uíge, Félix Simão Lucas disse ao Hora H, que a cidade deixou de brilhar desde 2017 quando Paulo Pombolo deixou de ser o governador das terras do bago vermelho.

“Hoje encontramos uma cidade cheia de lixo e em alguns pontos o lixo chega a ser tapete asfáltico por não recolherem os resíduos durante muitos meses” disse Félix.

Segundo os citadinos, as mocas, mosquitos entram pela janela, somos obrigados a suportar o mau cheiro, depois vêem as doenças e os mendigos e malucos que aos poucos têm invadido a centralidade pondo em perigo as infra-estruturas locais.” Disse Isabel moradora da centralidade.

Por outro lado o activista Jorge Kisseque, disse a este Jornal que a operadora que prestava serviços de limpeza na centralidade deixou de o fazer por incumprimento da administração municipal do Uíge em relação aos pagamentos dos serviços prestados.

Os moradores alegam que já reportaram a situação junto dos órgãos administrativos local, mas, referem, que, de promessa não passou. “Administração prometeu que vai limpar, mas já passaram vários meses até agora não tiraram o lixo.”

Os mais desfavorecidos vasculham os resíduos no sentido de encontrar alimento tal como o jovem Pedro, de 16 anos cujo pai, segundo disse, já é falecido e a mãe vive e trabalha fora da província do Uíge e se alimenta com a comida que os residentes da centralidade descartam.

“Às vezes encontro peixe, carne e pão aqui no lixo e levo para comer em casa.” Disse o adolescente.

O apelo dos habitantes vai para as entidades competentes no sentido de dar um ar de melhoria ao moderno espaço residencial em benefício da saúde pública. 

De referir que a centralidade do Kilumoso, com mil e 10 apartamentos, foi inaugurada a de 10 de Agosto de 2018, pelo actual presidente da república, João Manuel Lourenço, trata-se apenas da primeira fase do projecto habitacional, sendo que, integralmente o plano é de 3 mil habitações.