PRESOS POLÍTICOS NO UÍGE: “A MARCHA NÃO VAI PARAR ENQUANTO A POBREZA NÃO ACABAR EM ANGOLA” – OLAVO CASTIGO

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Uíge – O político Olavo Castigo e outros 25 elementos que se encontram encarcerados a mais de 100 dias na cadeia do Congo, província do Uíge fez saber através de uma carta enviado ao Jornal Hora H que a sua marcha não se esgotará enquanto a pobreza e a desigualdade continuar aumentando neste país.

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Fez saber ainda o político das massas nas terras do bago vermelho, que as causas que o levaram a detenção prende-se pelo facto de lutar pela liberdade dos povos injustiçados. “Estamos presos simplesmente por marcharmos pela liberdade, por estarmos cansados de ser fisicamente linchados no Uíge e estamos cansados de ser espiritualmente e economicamente linchados na Cidade Alta, estamos aqui presos para dizer que já não vamos continuar sentados com os braços cruzados em privações agonizantes a espera que os outros nos dêem a liberdade.”

Embora privado de liberdade, o prisioneiro diz estar firme e fala que tem sido várias vezes questionado se não tem medo de afrontar o regime do MPLA e a resposta é simples: “Se temos que morrer que não seja como um porco perseguido e cercado num lugar de perdição.”

 Na carta, Olavo mostra-se traído pela política angolana, uma vez, segundo refere, os pioneiros que rubricaram os acordos de Alvor em Portugal, em 1975 não esperavam, depois de 47 anos, que 26 jovens estariam presos por cantarem a liberdade.

“Quando o Dr. António Agostinho Neto, Dr. Jonas Savimbi e Holden Roberto, assinaram os acordos de Alvor para a proclamação da independência de Angola em 1975, certamente não imaginaram que passados 47 anos, 26 jovens seriam presos por cantarem democracia e liberdade.”

Olavo apela por uma marcha populacional que se converte em mudanças. “Tirem as chinelas, calcem os ténis da marcha, vão, mobilizem o esposo, a esposa, o irmão, os amigos, e os vizinhos e todo mundo para a mudança” afirma a missiva enviada ao Jornal Hora H, por Olavo Castigo a partir da Comarca Congo na Província do Uíge.

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