PETRÓLEO: ANGOLA RECUPERA DO FORTE DECLÍNIO DE 9,2% EM 2021, DIZ FITCH SOLUTIONS

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Luanda – Angola poderá recuperar do forte declínio de 9,2% de produção de petróleo em 2021, estimou, este domingo, a consultora Fitch Solutions, referindo que os “preços e a retirada dos limites à produção por parte da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (OPEP+) vão ajudar esta subida.

“Antevemos que a produção de crude, gás natural e outros líquidos vá cair 3,7% este ano, impactada pelo persistente declínio da Nigéria, o maior produtor de petróleo da região, que foi significativamente afectado pela redução do investimento nos poços actuais e por uma falta de manutenção nos últimos anos”, escrevem os analistas.

Numa análise sobre a produção de petróleo e gás na região, enviada aos investidores e citada pela Lusa teve acesso, a Fitch Solutions, detida pelos mesmos donos da agência de notação financeira Fitch Ratings, escreve que, apesar das dificuldades actuais, “o início da produção em vários novos mercados vai ajudar a manter um crescimento positivo a médio prazo, mas ainda assim com dificuldades para regressar aos níveis anteriores à pandemia”.

A perspectiva de evolução da produção de gás mostra, afirmam, “um futuro mais brilhante, com a produção a aumentar fortemente durante esta década, apoiada pelo desenvolvimento de grandes recursos gasistas descobertos na África ocidental e oriental”.

A Fitch Solutions estima que o PIB da África subsaariana cresça 3,2% este ano, impulsionado “pelos elevados preços do petróleo, que apoiam os exportadores da região, e pela recuperação da actividade económica”.

Enquanto a Nigéria deverá sofrer uma queda de 9,1% na produção petrolífera este ano, “o crescimento positivo em Angola deverá ajudar a acomodar a queda geral na produção regional, já que as actividades de prospecção que estão a começar por parte de várias companhias internacionais vão impulsionar a produção em 3,5% neste país lusófono”.

Angola recupera assim do forte declínio de 9,2% em 2021, diz a consultora, notando ainda que os preços e a retirada dos limites à produção por parte da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (OPEP+) vão ajudar Angola ainda mais a aumentar a produção.

Sobre a produção de gás, deverá aumentar de 85,9 mil milhões de metros cúbicos para 150,6 mil milhões de metros cúbicos em 2031, com Moçambique, Nigéria, Mauritânia e Senegal a liderarem o aumento da produção.

“O maior sector de investimento na África subsaariana durante os próximos anos será a expansão da capacidade de exportação do gás natural líquido”, diz a Fitch Solutions.

Enquanto a Eni deverá começar a produzir ainda este ano no projecto Coral FLNG, a TotalEnergies só em 2026 conseguirá lançar a produção e a ExxonMobil só deverá tomar a decisão final de investimento em 2023, com início de produção previsto para 2027, conclui a consultora.

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