DANIEL NETO ACUSA SUPOSTA QUADRILHA DE MAFIOSOS DE NÃO AGUENTAREM PRESSÃO E ALICIAM SÓCIA A DESCARTAR FUNCIONÁRIOS

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Luanda – O director da empresa Konda Marta, Daniel Neto, recentemente em Luanda, convocou a imprensa para esclarecer alguns aspectos em relação às manobras “estratégicas” dos invasores de terrenos, praticado por altas figuras políticas, administrativas e militares, que devido à pressão da média, usaram a figura da proprietária da empresa, aliciando-a de modos a descartar todos os funcionários

MUKWÁ KILUNJE

De acordo com Daniel Neto, a idosa, de nome Konda Marta é uma das sócias da referida empresa e que leva o seu nome, foi aliciada a alegar que desconhece os trabalhadores da empresa e que não tem conhecimento de outros sócios.

“Isso não é verdade, como estão envolvidos o primeiro secretário do MPLA em Luanda Bento Bento, o senhor Rui Duarte que é o administrador do Talatona, a dona Rosa Coelho que é a administradora do Distrito Urbano da Cidade Universitária é que estão a tentar inverter o quadro” disse o Director da referida instituição.

Aquele responsável acrescenta que do ponto de vista legal, a empresa tem legitimidade sobre os terrenos, tendo em conta que a mesma tivera ganho o concurso público para o efeito realizado pelo governo provincial de Luanda no final da década de 1970, tal com já referiu este semanário em edições passadas.

Entretanto, o responsável contesta o facto de algumas entidades ligadas ao governo apropriarem-se abusivamente dos terrenos. Para além dos já conhecidos, consta também o nome do arquitecto Pedro Neto, o proprietário do Ulengo e funcionário de proa do Governo Provincial de Luanda.

“Eu Daniel Neto, que falo convosco, sou sócio da Konda Marta, meu nome está no Diário da República, podem chegar à Imprensa Nacional, peçam o Diário de 2018, terceira série número 180, vão encontrar que um dos trabalhos da empresa Konda Marta é cedência e loteamento de terrenos”.

Na ocasião, Daniel referiu que a actividade de cedência de terrenos é um acto que diz respeito ao Estado angolano mas, “salvo aquelas pessoas que têm contrato com o Estado e nós temos contrato com o Estado, é por isso que o Estado nos delegou esse poder como empresa”.

No entanto, tendo em conta os terrenos esbulhados por indivíduos supostamente intocáveis, a sócia que atende pelo nome de Konda Marta propôs pagar dez por cento com o regaste dos terrenos ocupados pelo comandante de Talatona, e o comandante da região militar.

“Portanto, eu acho que estão a fazer a cabeça da senhora Konda Marta porque ela é idosa e não tem capacidade física nem mental para confrontar, porque não pode ser a mesma Marta que meteu os trabalhadores na empresa a lutar ano após ano e hoje vem dizer que não nos conhece, isso não pode ser verdade”, protestou.

Dona Joana, trabalhadora da empresa desde 2016 diz que acompanha o processo da empresa em relação a todos esses constrangimentos, porém, diz que a sua relação com a senhora Konda já se arresta desde o período que chegou à empresa.

“A senhora Konda Marta me conhece muito bem, se na verdade ela diz que não me conhece, é negativo, mas eu não acredito”, afirmou, para acrescentar que o mapeamento dos terrenos deveu-se ao seu empenho.

“Eu é que estive com o mapa, fui eu que acompanhei as máquinas a cortarem as matas que tapavam os terrenos”, disse.

Dona Joana alega que o posicionamento da senhora Marta é uma questão de medo dos “Marimbondos”.

“Ela não consegue reagir, está a pensar que a vão já matar, ela quer desistir, há alguém que queria encostá-la ao lado dos ‘marimbondos’, mas não tem como, porque ela tem sociedade com o director Daniel Neto”, referiu.

Tadeu Augusto, também funcionário, descredibiliza a versão que atesta que a senhora Konda desconhece os trabalhadores. “A senhora me conhece muito bem”.

Todavia, Daniel Neto chama atenção sobretudo das figuras administrativas, bem como militares, para que não se aproveitem das posições privilegiadas que ocupam para apoderarem-se daquilo que não lhes pertence.

“Alguém estando no Comité Central ou no Bureau Político não significa que tem licença para apropriar-se de algo que não lhe diz respeito”.

Em gesto de conclusão, Neto reforça o motivo de intimar a imprensa a estar no local das ocorrências. “É por isso que convoquei a imprensa para desmentir essa campanha que esses generais, ministros e governadores estão a tentar pôr na cabeça das pessoas para denegrir os trabalhadores da Konda e ocuparem aquilo que não lhes pertence”.

O director queixa-se que tem sofrido ameaças de morte por parte dos invasores poderosos. “Estou a sofrer muita ameaça de morte, quando fiquei 188 dias detido no SIC, o senhor Rosário que é comandante do Talatona e o agente dele da primeira classe que é o Sebastião Manuel António, foram reunir no Zango com as construtoras; o senhor Rosário disse que aquela prisão era máfia para as construtoras acabarem de construir os condomínios, nós queríamos tirar a vida dele, só que ninguém assumiu a vida dele”. disse.

Disse ainda que recentemente recebeu uma mensagem de um suposto comissário ameaçando-o de morte. “Tudo isso que estão a fazer, o vosso chefe já não vai ser preso, mas vamos fazer tudo para lhe tirar a vida”.

Contudo, Daniel apela à sua sócia, Konda Marta, no sentido de não se render às chantagens do primeiro secretário do MPLA em Luanda, Bento Bento, do Rui Duarte nem tão pouco da senhora Rosa Coelho, administradora do distrito urbano da Cidade Universitária.

“Eu estou a lhe dar coragem para não dar a cara nessa luta porque ela já é idosa, mas também não pode ouvir da boca desses “marimbondos” para acabar por dizer que não conhece os trabalhadores que ela mesmo empregou, que ela não caia nesse erro, porque nos últimos tempos apareceu um senhor chamado Silvano Jamba que dizia que é parente do chefe dos serviços secretos e estaria ali para ajudar, mas afinal juntou ao Sebastião Manuel António, ao tenente – general Rui Fernandes e ao subcomissário Joaquim do Rosário para virem sabotar esses espaços dizendo que aqui tem paiol de armamento”, finalizou.

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