PREÇOS PARA OS SERVIÇOS DE SEXO SOFRE QUEDA EM FUNÇÃO DA CONCORRÊNCIA
No município de Viana, várias cidadãs profissionais do sexo sentem-se pressionadas a reduzirem os preços em função da concorrência, supostamente das cidadãs de origem congolesa, afirmou ao Jornal Hora H uma fonte que não quis ser identificada
NDOMBI ZADIMENGA
Essa questão tem, de certa forma, causado um certo desagrado no seio das mesmas, sobretudo as que são consideradas veteranas e muitas vezes acabam em brigas contra as recém-chegadas na zona.
Laura, prostituta e moradora no bairro Caop B, no município visado, conta que actualmente, dado o número em quantidade de prostituas que se encontram na Vila, tem sido difícil a facturação comparando com os anos anteriores.
“Antigamente a pessoa fazia qualquer coisa, dinheiro que dava para fazer poupança e tudo, mas agora, por causa dessas langas, a situação está difícil, elas cobram muito barato”, disse, acrescentando ainda que as “supostas invasoras do mercado”, diga-se de passagem, chegam mesmo a cobrar até 500 Kwanzas para uma transa rápida: “essas até com 500kz vão”.
A Vila de Viana, considerada centro administrativo, é o principal mercado sendo que é lá onde pára a maior parte dos potenciais clientes, bem como também é melhor do ponto de vista de acessibilidade e segurança, pelo que acaba sendo um espaço atractivo para essas jovens que fazem do corpo um produto comercial.
Quanto aos preços, segundo Laura, variam de acordo com o tipo de serviço solicitado. Por exemplo: se o cliente gosta dos seios e quer apenas apalpar e lamber, o custo é de 500kz; se preferir o dito sexo oral, terá que desembolsar cerca de mil kz, ao passo que a função de facto com introdução, custa dois mil kwanzas; a massagem penial (massagear o pénis) pode custar até 2 mil e 500kz uma vez que é um pouco demorado e consome algum tempo até o cliente ejacular.
Confessou-nos a interlocutora que esses serviços em retalho são propositados; a intenção é estimular o cliente a aderir a outros serviços até chegar ao objectivo, de modos a pagar mais para conter a agressiva concorrência.
Ora, se a prostituição é considerada até agora como sendo a profissão mais antiga do mundo, outrossim, a discriminação às profissionais deverá ser tão antiga quanto a actividade. “Os homens falam mal de nós, mas depois querem dormir connosco, mas já não nos importamos quando falam que somos isso ou aquilo, cada um com a sua vida”, referiu.
O Hora H fez uma ronda em torno da cidade de Luanda e constatou-se que essas cidadãs estão separadas em classes, níveis e em espaços geográficos quanto aos clientes. Nos próximos serviços traremos outros depoimentos em relação a métodos, serviços prestados, entre outros.